Sunday, November 27, 2005

O Belo Tronco de Natal

Caros amigos, esta semana deixo-vos uma elegante receita para a ceia de
Natal. Para os mais desavisados, a culinária faz parte da formação do
Homem do novo milénio. No meu caso, fiz um curso de especialização
(intensivo) na Alemanha de Doçaria de Adorno e Degustativa. Para os
interessados, segue o plano curricular:

Doçaria de Adorno e Degustativa
Módulo 1- Introdução ao bolo
- Noção de bolo
- O bolo e relações sociais derivantes
- O bolo na História Contemporânea

Módulo 2 - Formas e moldes
- Formas e formas de untar
- Formas em estrela
- Formas circulares (com e sem buraco)
- Unto: objectivos, noções básicas e aplicações práticas

Módulo 3 - A arte de misturar: Como e porquê bater a massa
- Bater com varinha mágica
- Bater no ajudante
- Bater com colher de pau

Módulo 4 - Condimentos e assuntos conexos
- A arte de escolher e regatear
- A arte de fugir sem pagar
- Farinhas, leite (e derivados), cacau (e derivados) e outros (e
derivados)

Módulo 5 - O forno
- Forno a lenha
- Forno eléctrico
- Forno a gás

Módulo 6 - Cozedura, fritura e afins terminados em ura
- O que é o tempo ideal?
- O que fazer quando o bolo fica calcinado.
- O que é o tempo?

Módulo 8 - O retirar da forma
- Cuidados básicos I
- Cuidados básicos II
- Saiu tudo aos pedaços (opcional)

Módulo 9 - O acto de servir
- Apresentação
- Como ocultar defeitos estruturais
- Como negar o envolvimento na execução

Módulo 10 - Como comprar um bom bolo
- Casas da especialidade
- Hipermercados
- Última opção: a fuga

A receita que vos deixo teve origem em Frankfurt e originalmente
chama-se " Essbares Weinachtsast von einem Schönen und Wunderbaren
Weinachtsbaum ".

Ingredientes:
10 ovos de peru
5 gemas de codorniz
300 gramas de açúcar-de-cana do Gabão
250 gramas de farinha de canário
Sal q.b. (ou de outra marca)

Confecção:
Bater os ovos e gemas com o açúcar até triplicarem de volume (ou mais),
juntar a farinha, mexer só o necessário para envolver a farinha por toda
a cozinha. Cozer em tabuleiro untado e forrado com papel vegetal (ou
animal) à temperatura de +-220º .

Receita para o recheio e cobertura:
5 claras de ovos escuros
150 gramas de açúcar em pó
150 gramas de margarina de cabra
75 gramas de cacau

Bater as claras com o açúcar até triplicarem de volume (ou mais), junte
a margarina aos pedaços e volte a bater até estar bem misturada (tipo
cimento armado), dissolva o cacau em +- 1 dl de óleo morno (ou de outra
marca) e misture bem (até não distinguir as suas mãos do tampo da
banca). Enrole a torta recheada com o creme de chocolate e o mentol
industrial. Para dar o aspecto de tronco de árvore corte as pontas (da
torta) e coloque-as de maneira a que fique com aspecto de um ramo
cortado, barre o tronco com o creme de chocolate e cubra-o com raspas de
chocolate. Para dar um ar mais realista, coloque um pequeno pardal
(dentro da torta) com a cabeça de fora.

PS1: Para fazer as raspas de chocolate, raspe com uma grosa uma tablete
de chocolate ligeiramente aquecida (com um maçarico de soldador).
PS2: Não comer o Tronco de Natal quente.

Thursday, November 24, 2005

Há 140 anos era assim....


"Ordinariamente, todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém são nulos a revolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto politíco, nem a experiência que faz o Estadista. É assim, que há muito tempo em Portugal, são regidos os destinos políticos. Política de acaso, de compadrio, politica de expediente. País governado ao acaso, governado por vaidades, por interesses, por especulação e corrupção, por previlégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?"
Eça de Queiroz, 1867, in " O Destrito de Évora"

Sunday, November 20, 2005

Moda 1950-1980

Hoje proponho uma viagem pela moda, uma retrospectiva que dará alguma dignidade às tralhas que estão no fundo do guarda-roupa. Será um hino aos saudosos folhos, às bonitas gravatas em napa e às confortáveis sapatilhas Sanjo.
Década de 50
Homem
São importadas de Hollywood as gabardinas bejes, os sapatos bicudos, as cigarrilhas de ponta dourada e o elegante chapéu. Para saber mais vejamos filmes da época.
Mulher
No dia-a-dia usam-se vestidos com motivos (e corte) campestres, com golas ornamentadas por discretos folhos rendados. Em ocasiões especiais,o glamour dos tecidos brilhantes e os penteados volumosos e duros ganhamo seu espaço. A mulher, pela primeira vez na História, ganha um papel de destaque no mundo da moda.
Década de 60
Homem
Talvez das épocas mais marcantes, os anos 60 criaram duas vertentes curiosas. A primeira é a dos seguidores dos Beatles, com o cabelo perto da linha dos olhos (como algumas raças de cães)... e ligeiramente mais comprido no cachaço. Vestem calças curtas... dando especial destaque à bonita meia de angorá, e usam casacos justos com cores alegres...cinzento-escuro, preto, antracite e azul-escuro! A segunda é a dos emergentes "hipes" (como lhes chamavam na altura!), que, como os gatos, sentiam uma inqualificável repulsa à água. Usavam óculos de massa malhados com elevada graduação, barbas desmazeladas, cabelos infestados de parasitas e vestuário de ganga com motivos florais.
Mulher
Tal como nos homens existiam dois "modelos"... as fadas do lar e as"hipas". As fadas eram o primor da educação... sabiam até bordar e coser (usavam aquele ovo de madeira para "dar um ponto" nas meias dos homens). As mais abastadas tinham modernas máquinas de costura (aquelas com pedaleira!!!!) Singer... para fazerem uns cortinados com cerejinhas e maçãzinhas. Havia também as que tentavam imitar a modista lá da rua e criavam as suas próprias batas e aventais. Já as "hipas" eram completamente desmazeladas... usavam ganga, camisolas (as blusas de então) brancas rendadas e com atilhos no regaço e nas mangas. Não prescindiam das "Adidas Moisés" (aquelas sandálias de couro coçado)...muito arejadas, por sinal.
Década de 70
Homem
Os colarinhos das camisas ganham o aspecto de pequenas asas de gaivota e o objectivo era que as pontas das "asas" tocassem nos ombros... lindo! As calças eram justas na coxa e abriam em forma de pata de elefante na perna e eram conhecidas por calças à boca de sino. Os sapatos apresentavam uns tacões dignos de um palhaço de circo e os tons claros eram um sinal de elegância. Teimavam em usar padrões discretos (como losangos, círculos e quadrados... do tamanho de caixas de chocolate Regina) em cores variadas com um toque de brilho. Os penteados afro e as patilhas faziam lembrar um Homo habillis ... especialmente quando ligadas ao bigode. Os óculos de massa eram herança da geração anterior... mas com apliques metálicos.
Mulher
... pouco há para dizer. Pela primeira vez a mulher acompanha as tendências do sexo oposto. Os penteados afro, os padrões e as cores são uma mera colagem da moda masculina. Apenas me lembro das sombras verdes-alface, os óculos grandes (tipo viseira do capacete de um soldador) e coloridos.
Década de 80
Homem
Aqui sim... o espectáculo começa. Chegam em força os fatos de bombazina, as gravatas de napa (finas como um cinto), os conjuntos de meias, camisolas e camisas no mesmo padrão. Os coletes desportivos para andar com calças de fazenda e sapatilhas Sanjo. As camisolas com manga tipo asa de morcego, os casacos de trespasse (tecido Príncipe de Gales no final da década). Os pés ficavam mais vistosos com a meia branca (por vezes desportivas e com duas raquetes cruzadas) ou com as confortáveis meias cinzentas felpudas. Os fatos de treino invadem as ruas: quem não se lembra do tradicional Tebe (sim... da mesma marca que fabricava as camisolas interiores), azul com fecho e listas laterais brancas.
Mulher
Os folhos e as cores berrantes assumem o papel principal. As saías rodadas e de balão ganham terreno juntamente com os brincos argolados de45 cm de raio. As galochas Colibri para meninas em idade escolar, os sapatos de salto vermelhos e as sapatilhas de pano tomam o mercado. Mais elegantes que nunca, as jaquetas cintadas com botões forrados abrilhantam as festas ao som do disco sound . Convém não esquecer as fitas coloridas na cabeça e as ombreiras proeminentes... e acho que é tudo.
Agora é a vossa vez... acrescentem o que acharem conveniente.

Saturday, November 12, 2005

Apanhados em Flagrante!!!!


Esta rua já perdeu a decência...tss, tss.



Na casa da Zirinha das PanQUECAS, o Teco Marreco (o gato) e o Negrão Fodilhão (o cão) foram surpreendidos numa troca intensa de carinhos. Dizem eles, que só estavam a confirmar se nenhum tinha apanhado a Gripe das Aves através de alguma pulga atrás da orelha...

Thursday, November 10, 2005

No Crash Bar Aqui Da Rua...


A prova de que somos todos amadores!

O Terror Desta Rua

Hoje dedico este post a todos aqueles que, vivendo em apartamentos, se encontram inevitavelmente rodeados de vizinhos: eles estão por cima, em baixo e ao lado! Ah, os vizinhos...

Há tanto por dizer sobre estas criaturas que muitas das vezes não vemos, mas sentimos à nossa volta como almas penadas que não "descolam". Não nos cruzamos com eles na garagem, nem no elevador,nem nas escadas, mas eles existem, eu garanto: ELES ESTÃO POR TODO O LADO!

O mais interessante é que, a maior parte das vezes, mesmo sem lhes vermos a cara, somos capazes de vir a conhecer, melhor que ninguém, os estranhos hábitos dessas criaturas dispensáveis. Eu, que sempre tive a pouca sorte de viver rodeada de vizinhos, fui estabelecendo, ao longo dos anos, uma tipologia dos destes.

Querem conhecer algumas das categorias mais interessantes que tive a oportunidade de classificar? Então, aqui vai! Afinal, vocês são boa gente e tenho a certeza que mesmo aqueles que têm a sorte de viver em casas, vivendas, casarões, solares, mansões ou mansardas vão descobrir motivo de interesse no meu estudo.Esclareço que todas as conclusões resultam da observação, ou melhor, da auscultação atenta dos peculiares sons emitidos pelo Homus Vizinhus

1 - Homus Vizinhus Cowboy

Aquele que, tendo decidido deixar o melhor país do mundo (leia-se USA, embora eu não partilhe desta opinião...), por razões que só o coração pode justificar, gosta de passar os seus serões junto do seu companheiro a ver antigos filmes de índios e cowboys. Até aqui, tudo bem, não fosse o senhor ser quase totalmente surdo. Foram longos os anos em que adormeci ao som relaxante de tiros de rifles, gritos de "stupid índios" em fúria, com muitos yyeehhhs! e yaaahhhs! a acompanhar a acção. Cheguei a desconfiar que no andar de cima não estivessem realmente a prestar muita atenção ao filme.

2 - Homus Vizinhus Higiénico

Aquele que, depois de uma boa noite de descanso, é incapaz de sair da casa sem uma completa sessão de limpeza corporal por fora e por dentro. A este Homus Vizinhus não chega o duche. Depois de abandonar a banheira,passa pelo menos 15 minutos a assoar-se, outros 15 a expelir toda a expectoração acumulada durante o sono e minutos a esfregar furiosamenteo piaçaba na sanita, depois de alguns minutos de silêncio seguido e um"plof"! Este vizinho despeja o autoclismo pelo menos cinco vezes empouco mais de meia hora.

3 - Homus Vizinhus Louco

Aquele que, nunca tendo constituído família, insiste em envelhecer com a mãe já à beira do centenário. Passam o dia em animada gritaria,nomeadamente, e passo a citar, "estou farto da velha". O filho, como podem imaginar, está também ele passado dos miolos e exibe na rua os braços em chagas arranhados pela unhas da mãe que não quis tomar banho e que nunca conseguirá enfiar na banheira. A mãe, por sua vez, tem por hábito tentar fugas de casa gritando pelas escadas a baixo que vai morrer porque todos os ossos da cabeça lhe estão a sair pelo nariz.


4 - Homus Vizinhus Rebelde

Aquele que, tendo nascido no que foi outrora uma família-bem-que-agora-não-tem-onde-cair-morta, se vê, em plena adolescência, entregue a si próprio e com um apartamento de quatro assoalhadas onde pode fazer o que lhe der na veneta. O seu passatempo preferido é sair da casa para as habituais noitadas e deixar instalada no quintal a hi-fi que, programada para as sete da manhã, despertará avizinhança ao som do "It's the final countdown", dos extintos Europe. A essa hora, ele estará algures na cidade a dormir sobre o seu próprio vomitado.

5 - Homus Vizinhus Violento

Aquele que, estando na casa dos 40, não trabalha e faz da vida da família um autêntico inferno. Tem por hábito bater nas filhas ao mesmo tempo que grita: "Quem mexeu nas minhas cassetes!!!????", bate na mulhere faz as pazes de forma igualmente violenta, não sai à rua sem o Rotweiller e o bastão de basebol, ouve Santos e Pecadores com o volume no máximo e as indispensáveis colunas de Dolby Surround, e manda calar a catatua que encomendou a um contrabandista de animais selvagens com um inequívoco "#!$!*!#". Este Homus Violentus é também rádio amador, o que permite aos vizinhos ouvir diálogos interessantes, do género: "Aqui rola, chama pombo. Rola chama pombo! Ssssshhhhhh. Pombo à escuta. Pombo à escuta! Sssshhhhhhhh. Tempo limpo e frio. Ssssshhhhhhhhhh. Repito:tempo limpo e frio."

Meus caros, não vou aborrecer-vos mais com este tema. Dentro de alguns meses poderão encontrar a minha tese à venda nas melhores livrarias do país. E se quiserem contribuir para ela com mais alguma tipologia, por favor façam-no!

Monday, November 07, 2005

No cemitério cá da rua....

Saturday, November 05, 2005

No Bar da Casa Pia

Pergunta o barman:

Vai-me desculpar... mas porque raio esta a beber seis cervejas?!

-Simples! (responde o rapaz) Estou a comemorar o meu primeiro broche!!

!-Oh pá! Então os meus parabéns, e permita-me que lhe ofereça mais uma porconta da casa!-

Não obrigado... se seis não me tirarem o gosto da boca, não vão ser sete...

É Facto

- Sabem qual é a diferença entre medo e panico?

MEDO: Quando um homem pela primeira vez, não consegue dar a segunda.

PANICO: Quando um homem pela segunda vez, não consegue dar a primeira.

MTV European Music Awards

Friday, November 04, 2005

O Inesperado


E não é que hoje, tava muito bem numa aulinha vi o Batman!!!

Aquele meu prof de Turismo e Ordenamento não pára de me surpreender... Será das orelhas bicudas?!

Wednesday, November 02, 2005

Uma Geração Marcada...

Tudo começava com uma frase que lançava o pânico entre os mais jovens:"E a seguir, da Checoslováquia chega mais uma curta animação deValentina Alekseevna e Yury Zhukovsky...". Passados 3 segundos, duas bolas de plasticina, três palitos e um aipo rodopiavam pelo ecrã ao som de Rachmaninoff tocado de trás para a frente. Eram assim as manhãs de domingo com Vasco Granja.

Os espectadores da altura, hoje homens e mulheres com quase "vinte e dez" anos, viviam 15 minutos de terror à espera que os verdadeiros desenhos animados começassem... e nada! Lá voltava o senhor Granja à tela para anunciar outro filme, desta vez oriundo da Sibéria, um original de Andrei Khrjanovsky e Alfred Schnittke com excertos da música de Rimsky Korsakov, interpretados por duas melancólicas balalaicas e um banjo russo!!!.

Era mais ou menos nesta altura que muitas crianças desenvolviam úlceras no estômago, e mais de metade entrava num estado profundo de narcolepsia-catalepsia. Depois de devidamente medicadas, e no fim deste pesadelo semanal, finalmente começavam os "bonecos"... mas sempre com uma toada trágica e repleta de personagens infelizes ou absolutamente deprimidas. Imaginem só o que nós sofremos...

Heidi
É a história de uma menina de olhos esbugalhados, órfã, que vive isolada nos Alpes suíços com o avô. Se até aqui já parece deprimente, imagine que ela só tem dois amigos, o Pedro e a Clara... menos mal! não fosse o facto de esta amiga estar presa a uma cadeira de rodas.

Calimero
Esta série conta a história de Calimero, um pequeno pintainho preto, que na cabeça usa uma casca de ovo. O que torna este enredo empolgante é que o Calimero é a personagem mais triste e infeliz da história da animação cinematográfica. Nada lhe corre bem na vida, e reza a lenda que não pode viver sem Prozac!

Marco
O Marco é um rapaz que passa a vida a viajar pelo Mundo à procura damãe! O jovem anda de porto em porto, com um macaquinho ao ombro, com um ar infeliz, a tocar realejo, a viver da misericórdia dos outros, enquanto a mãe está na Argentina!

Candy Candy
Nesta série é contada a história de uma jovem órfã (para variar!) que abandona o orfanato para trabalhar como empregada doméstica! É uma vida de tristeza... já não bastava a menina ter nome de electrodoméstico, ser órfã, viver num orfanato no meio do nada, para terminar empregada numa casa de pessoas abastadas.

Ana dos Cabelos Ruivos
Confesso... não me lembro bem do enredo, mas lembro-me do cabelo vermelho com um corte digno de um prisioneiro de Auschwitz.

O Início


O Blog não é para ter piada, é para mandar as patacoadas que se tem para mandar. Lamechas ou não....Não interessa quem vê, interessa quem sente!

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